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Modelagem de superfície de custo aplicado ao mapeamento de áreas vulneráveis ao rompimento de barragens, Quadrilátero Ferrífero – MG
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A atividade minerária é um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil, principalmente do estado de Minas Gerais. Entretanto, devido a utilização de barragens de rejeito com alteamento a montante, alguns desastres ambientais estão associados a esse tipo de atividade nos últimos anos, como os das cidades de Mariana e Brumadinho. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é mapear a vulnerabilidade da região do quadrilátero ferrífero, localizado no estado de Minas Gerais, em relação a ruptura de barragens. Além disso, verificamos os possíveis impactos ambientais nas regiões por meio de análise da paisagem de forma que esse estudo sirva para futuros projetos que visem a conservação e a gestão proativa da paisagem. Para o mapeamento das áreas vulneráveis ao rompimento de barragens, utilizou-se a modelagem de superfície de custo e o método AHP. A análise foi realizada por meio da aplicação de um modelo espacial ponderado e análises estatísticas para verificação das áreas mais críticas em relação a possíveis impactos ambientais. Os resultados permitiram identificar possíveis áreas vulneráveis ao rompimento de barragens na região do Quadrilátero Ferrífero. A validação do modelo pode ser verificada por meio de análise de acidentes que já ocorreram na região, como os desastres de Brumadinho e Mariana. Conclui-se que a metodologia aplicada pode servir como subsídio para estudos futuros relativos a essa temática. Além disso, para aprimoramento do modelo sugere-se visitas a campo e análise de processos automatizados.
A Situação Dos Atingidos E Atingidas Pelo Rompimento Da Barragem De Fundão Em Mariana-Mg: Considerações Sobre O Processo De Reparação
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O presente trabalho de conclusão do curso de Serviço Social é um estudo bibliográfico e documental que se baseia na realidade do processo de reparação e da mineração extrativista do século XXI. Objetiva refletir sobre a situação dos atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana-MG. Analisa o processo de reparação e as disputas desdobradas entre os sujeitos sociais, políticos e instituições envolvidas. Para tal, aborda e analisa o Termo de Transação e de Ajuste de Conduta (TTAC), acordo firmado entre instituições públicas e a Samarco/Vale/BHP Billiton, que cria a extinta Fundação Renova e marca o início de todo o processo. Explicita a conjuntura pós-rompimento da barragem a partir das posições antagônicas entre os atingidos (as) e a extinta Fundação Renova. A investigação sobre o processo de reparação leva em consideração, antes de tudo, o lugar que América Latina ocupa no capitalismo mundial. Busca-se demonstrar, a partir do marco teórico da Teoria Marxista da Dependência, especialmente Ruy Mauro Marini (2005), que o Brasil é um país de economia dependente, e que a partir dessa condição a classe trabalhadora é superexplorada. A partir desse determinante é explicitado o contexto da mineração extrativista no Brasil. Nesse sentido, inscrevemos o rompimento da barragem de Fundão como uma expressão máxima da
superexploração da força de trabalho, tal qual afirma Kathiuça Bertollo (2017). Ademais, o processo de reparação dos saingidos se configura como um processo lento e sem perspectivas de resolução completa. Mesmo ocorrendo mudanças no sistema de governança da extinta Fundação Renova, as empresas mineradoras ainda detêm um absoluto poder sobre as tomadas de
decisão. Busca-se evidenciar a absoluta fragilidade do poder público, antes e depois do rompimento da barragem de Fundão, nesse contexto se destaca a inércia (proposital) dos organismos ambientais na fiscalização das barragens.
Os Impactos Do Rompimento Da Barragem De Fundão No Município De Mariana-Mg
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O presente estudo tem como objetivo analisar os principais impactos econômicos na cidade de Mariana MG após o rompimento da barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues. Para tanto, a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica a partir da seleção de fontes como reportagens, documentos em sites eletrônicos, revistas e artigos científicos. Durante o estudo, foram efetuadas caracterizações do município e do subdistrito, assim como das mineradoras e barragens. Em seguida, foram realizadas análises econômicas do município de Mariana com foco voltado para as contas públicas, impostos, e porcentagem de desemprego; exportação e importação; assistência social, criminalidade e saúde. A partir desses estudos, foi possível constatar mudanças significativas no quadro econômico do Município, tanto em questões financeiras, como também em setores que podem ser afetados pela situação econômica local – como a assistência social e a saúde. Identificou-se também que, a paralisação das atividades mineradoras acarretou a diminuição das receitas do município e, consequentemente, a porcentagem de desemprego cresceu. Com este aumento, houve um crescimento no número de pessoas utilizando o serviço de saúde gratuito. Também fora constatado um aumento no número de pessoas utilizando os benefícios da bolsa família, assim
com um notável crescimento da criminalidade. Uma vez que a principal fonte de renda da cidade de Mariana é a Mineração, percebe-se que o rompimento da barragem de Fundão, impactou de forma direta no funcionamento do município.
Panorama das publicações científicas sobre o rompimento da Barragem de Fundão (Mariana-MG): subsídios às investigações sobre o maior desastre ambiental do país
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O rompimento da barragem de rejeitos de minério de Fundão (Mariana-MG) no ano de 2015 é considerado o mais grave desastre ambiental já ocorrido em território nacional e suscitou diversas pesquisas acerca dos seus efeitos para a bacia do Rio Doce. Nesse sentido, o presente trabalho propõe sistematizar os estudos realizados sobre as consequências do rompimento a partir de um levantamento bibliográfico de fontes diversas (livros, periódicos, anais de eventos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses), considerando o recorte temporal de 05/11/2015 a 15/02/2019. Os resultados obtidos indicam uma maior contribuição de publicações das instituições de pesquisa espacialmente próximas à área afetada pelo desastre, a saber: UFMG, UFJF, UFOP e UFES. Os autores em evidência nas publicações são vinculados à biologia, geografia, comunicação/jornalismo e direito. Vale destacar a baixa presença de publicações associadas a pesquisadores vinculados à geologia, engenharia geológica e engenharia de minas, campos da ciência diretamente associados às atividades de prospecção e exploração mineral.
Avaliação de ecossistemas aquáticos atingidos pela lama de rejeito do colapso da barragem de Fundão, Mariana-MG: uma perspectiva via sensoriamento remoto
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O colapso da barragem de Fundão em Mariana (MG), em 05 de novembro de 2015, gerou uma avalanche de rejeito que atingiu todo curso do rio Doce e seus principais afluentes, incluindo os rios Gualaxo do Norte e do Carmo. A avalanche teve grande poder de destruição. Soterrou todo distrito de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. Perdeu energia somente quando alcançou a região da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (UHRN), 136 km a jusante de Fundão. Nesse local, 80% do rejeito de Fundão foi retido pela barragem da usina. A lama que atravessou esse obstáculo alcançou a foz do rio Doce, no Espírito Santo, dias depois. Grande parte das áreas atingidas ainda possui uma disposição de rejeito nas margens e no leito dos principais cursos d'água. Após quatro anos, em episódios de chuva, esse material continua sendo carreado para a calha do rio. Fica, assim, disponível no meio ambiente e representa uma grande ameaça para o ecossistema, biodiversidade e saúde humana. Nessa tese, o objetivo geral da pesquisa foi estabelecer critérios de monitoramento ambiental em múltiplas escalas e compreender a dinâmica dos sistemas fluvial e costeiro atingidos pela lama. Para tanto, foram gerados parâmetros bio-ópticos e indicadores de qualidade da água, extraídos de dados de sensoriamento remoto orbital. Em escala continental, a série histórica de dados e produtos derivados do sensor multiespectral MODIS (satélites Terra e Aqua; pixel de 1km) foi utilizada para obter representações espaço-temporais da pluma de sedimentos do Rio Doce e região costeira. Os indicadores foram utilizados para avaliação das propriedades ópticas aparentes e componentes opticamente ativos da água após o colapso e, subsequentemente, comparados com aqueles abstraídos de um evento natural extremo, ocasionado por um ciclo de precipitação atípica que atingiu a região em 2013. Os resultados indicam que ambos os eventos têm efeitos consideráveis sobre a penetração de luz na coluna de água, mas com intensidade e durações distintas. Em escala de semi-detalhe, uma série temporal de imagens de 30 m de resolução
espacial do sensor OLI/Landsat-8, adquiridas pré e pós-colapso da barragem, foram utilizadas para quantificar as áreas afetadas e verificar se o material do rio Doce alcançou a região do Arquipélago de Abrolhos (na costa do Estado da Bahia). Os resultados indicam uma tendência crescente de material particulado em suspensão (SPM) nessas regiões entre 2015 e 2019.
Durante o verão, a pluma de sedimentos do rio Doce foi direcionada para o Sul, porém, no inverno, ocorreram mudanças nos padrões de direção do vento. Nesse episódio, a pluma de sedimentos foi invertida para o Norte, alcançando grandes proporções da costa e, possivelmente, atingindo o Arquipélago de Abrolhos. Na região onshore atingida pelo colapso, os esforços foram direcionados para avaliação detalhada de três importantes reservatórios do rio Doce. O objetivo foi analisar o avanço da eutrofização da água após o colapso. A metodologia consistiu na parametrização do Material Particulado em Suspensão (SPM), Zona Eufótica (Zeu) e Clorofila-a (Chl-a) via imagens do sensor OLI/Landsat-8. A série temporal analisada compreende dados de 2013 a 2019. Os resultados mostraram mudanças significativas na concentração de Chl-a, após o colapso. O avanço do estado trófico dos reservatórios pode estar associado aos contaminantes espalhados pela lama de rejeito.
Rio Doce: riscos e incertezas a partir do desastre de Mariana (MG)
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Na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, no Sudeste brasileiro, município de Mariana (MG), o rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, desencadeou o desastre da Samarco/Vale/BHP. O desastre não foi uma ocorrência natural, pois resultou da adoção de tecnologias e decisões técnico-administrativas, cujas responsabilidades criminais foram apontadas pelo Ministério Público. Os impactos foram diretos e indiretos sobre rios e terrenos aluviais; sobre as áreas de proteção ambiental, reservas florestais, flora e fauna; sobre os habitats, hábitos e os coabitantes rurais e urbanos; e sobre a zona costeira no estado do Espírito Santo. O artigo busca identificar a problemática que emerge do desastre, discutir as consequências do sentimento de incerteza e analisar a pertinência do desastre como objeto de investigação, sem desconsiderar o papel da mídia na sua construção como evento.
Mineração, desastres, formação crítica: casos no Brasil e no Canadá.
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Os Desastres de Rompimentos de Barragens de Rejeitos de Mineração (DRBRM’s) têm ocorrido com cada vez mais frequência. Este artigo objetiva traçar alguns paralelos entre três dos maiores DRBRM’s do mundo. Estes, ocorridos no Brasil e no Canadá, configuram-se como processos derivados de um modus operandi da mineração, que tem seu pico no rompimento, mas não se limita a esse evento. Argumenta-se que a promessa de desenvolvimento local, disseminada pela mineração nos territórios em que são instalados os complexos minerários, é questionável e favorece a produção desses DRBRM’s. Nesse contexto, as escolas são alvo da mineração, mas também espaços possíveis de informação e formação crítica cidadã em que as controvérsias, impactos e riscos da atividade minerária possam ser evidenciados e discutidos.
“Somos atingidos todos os dias”: os efeitos dos desastres na comunidade de Paracatu de Baixo (MG).
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O objetivo deste artigo é descrever como a vulnerabilidade das(os) atingidas(os) pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, foi intensificada com o rompimento da barragem B1, em Brumadinho. A partir de pesquisa de campo realizada com a comunidade de Paracatu de Baixo, verifiquei como a rotina foi alterada por outro desastre em Minas Gerais. Meu argumento é que mesmo a lama de rejeitos não alcançando o município de Mariana, os moradores foram perturbados novamente. Um desastre remete ao outro, na medida em que os moradores acionam a memória para compor narrativas do trauma. Seguindo os relatos das(os) atingidas(os) usados em minha etnografia, proponho uma ampliação da noção de “ser atingido”, considerando o tempo como eixo para pensar as transformações na rotina e os impedimentos das formas de viver. Concluo que a noção abrangente e contígua de atingido é fundamental na construção das lutas e das reivindicações das comunidades atingidas pela mineração.
A Escola como fator de desterritorialização dos povos atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão: Desafios para a Escola de Bento Rodrigues
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O artigo analisa as repercussões do rompimento da Barragem de Fundão no processo de territorialização, desterritorialização e reterritorialização da Escola Municipal Bento Rodrigues, partindo da compreensão de que esta situa-se em um contexto campesino. Neste sentido, referencia-se na matriz da Educação do Campo e em autores que trabalham com o conceito de território. Como fonte de dados, faz uso de entrevistas realizadas com professores e lideranças da comunidade. Nas conclusões, reafirma que a escola vivencia ainda um processo de desterritorialização, ao mesmo tempo que alerta sobre os desafios a serem vivenciados na dinâmica da reterritorialização a ser realizada no reassentamento da comunidade em nova área.
Vida e Morte na crise das barragens: Luto Ecológico diante catástrofes do antropoceno.
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Para além de danos materiais e perdas de vidas humanas e não humanas, desastres como as rupturas de barragens de rejeitos em Mariana e em Brumadinho culminam em perdas abstratas e de difícil apreensão, relativas a sentimentos de apego por coisas e/ou modos de vida que ainda não tinham sido discursivamente elaborados antes de desaparecerem. Através das reflexões transdisciplinares sobre a entrada no chamado Antropoceno e da noção do luto ecológico, definido como respostas afetivas a perdas experienciadas ou antecipadas no mundo natural, esse artigo apresenta uma possível formulação teórica para a descrever e perceber esses danos intangíveis.
Vivências de luto em tragédias e seus desdobramentos em práticas sociais: Contribuições possíveis da Psicanálise
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O presente texto objetiva discutir o processo de enfrentamento do luto em tragédias e a ressignificação dos sujeitos pela manutenção de sua integridade psíquica e social nas vivências e práticas grupais, considerando as contribuições da psicanálise freudiana e seu potencial interdisciplinar. Buscaram-se argumentos que possibilitassem a formulação de hipóteses interpretativas possíveis acerca do referido processo. Com aproximações entre teoria e a realidade de alguns eventos trágicos vivenciados no contexto nacional nos últimos anos, considera-se, como possibilidade interpretativa, a existência de um ciclo que se inicia na eleição de novos objetos de desejo como resposta ao luto e que encontra na grupalidade, pela identificação entre sujeitos e pelas práticas de sublimação possíveis, o suporte para a ressignificação de suas condições de existência.
O Rompimento da barragem da Samarco (Vale, BHP Billiton) e as consequências para Barra Longa (MG)
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Este artigo busca sintetizar as consequências do rompimento da barragem de Fundão para as pessoas atingidas do município de Barra Longa (MG), quatro anos e meio após a tragédia. Reconhecido como o maior desastre do gênero no país, o rompimento de Fundão possui danos ambientais e sociais ainda não mensurados e se encontra imerso em disputas para categorizá-lo: acidente/evento, desastre tecnológico e crime. Desse modo, faz-se necessário entender os rompimentos de barragens como consequência do modelo econômico e de mineração centrados na ampliação do lucro das corporações. Neste quadro, mais de 40 municípios seguem na luta pelo direito à reparação integral dos danos pelo enfrentamento às empresas responsáveis e seus arranjos jurídicos e políticos para não executar a reparação de forma célere e satisfatória.











